SANEAMENTO BÁSICO E DESENVOLVIMENTO HUMANO EM REGIÕES METROPOLITANAS NORDESTINAS: UMA DICOTOMIA DE INDICADORES?

artigo publicado nos anais do  Congresso ABES – FENASAN – 2017

RESUMO

A mensuração do desenvolvimento econômico de uma localidade englobando a qualidade de vida da população baseia-se em indicadores que visam caracterizar a situação no âmbito econômico e social. O Indicador de Desenvolvimento Humano (IDH) desenvolvido na década de 90 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) é um desses indicadores elaborado para abordar três dimensões básicas: renda, educação e longevidade. As três Regiões Metropolitanas (RMs) nordestinas (Fortaleza, Recife e Salvador) avaliadas pelos dados atualizados (2014) do Radar IDH são classificadas como de “alto” índice de desenvolvimento humano. Paradoxalmente, as informações e indicadores do Diagnóstico de Água e Esgoto 2015 (ano base 2014) do Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS) aponta a região nordeste como a segunda mais precária nos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário no país. Dessa forma o presente trabalho verifica se especificamente nessas três RMs existe correspondência entre o alto IDH e os serviços de saneamento básico, tomando como justificativa a essencialidade desses serviços e a avaliação de que a oferta inadequada dos mesmos pode influenciar nas condições de salubridade, implicando de forma direta na longevidade da população e de forma indireta no aproveitamento escolar e produtividade do trabalho. Os resultados evidenciam que apesar dos índices positivos do sistema de abastecimento de água, existe ineficiência na operacionalidade dos serviços prestados e insuficiência no atendimento a população. Diante da análise conclui-se a ineficiência do IDH e de suas dimensões como parâmetro para discussões de saneamento básico e da incidência de doenças relacionadas, identificando clara dicotomia dos indicadores. (acessar ao artigo completo)

Karine Veiga, Felipe Farias, Gleice Aguiar
Graduandos em Economia na UEFS e Pesquisadores do RHIOS.
Dra Telma Teixeira - 
Lider do RHIOS

Leia outros textos de Karine Veiga, Felipe Farias, Gleice Aguiar, Telma Teixeira

Editorial : Octobre 2017

Valeur, Prix et Environnement

Mangue – Ilha de Itaparica – 2015 (Foto: Karine Veiga / RHIOS)

Fréquemment en science économique on discute de la relation entre valeur et prix. Communément ces deux mots sont utilisés comme synonymes cependant, dans un contexte plus technique où l’herméneutique est essentielle à la discussion, on cherche souvent à identifier les relations qui convertissent les valeurs, de nature subjective, en prix, objectifs et mesurables.

Contribuant à cette discussion et cherchant à éliminer l’excès de subjectivité inhérent au terme valeur, ce dernier est catégorisé pour une meilleure compréhension dans le processus de monétisation. De là surgissent la valeur sociale, la valeur culturelle et la valeur économique. Cette dernière catégorie réduit la subjectivité de la valeur aux éléments qui peuvent être utilisés par le processus productif. En ce sens, la valeur culturelle d’une certaine région peut être réduite à son exploitabilité touristique. Continue lendo “Editorial : Octobre 2017”

Editorial Outubro 2017

Valor, Preço e Meio Ambiente

Mangue – Ilha de Itaparica – 2015 (Foto: Karine Veiga / RHIOS)

Na ciência econômica com certa frequência discute-se as conexões entre valor e preço. Apesar do uso comum como sinônimo, em um contexto mais técnico onde a hermenêutica se configure como elemento de relevância para a discussão, busca-se muitas vezes identificar as conexões que convertem valores, de natureza subjetiva, em preços, objetivos e mensuráveis.

Contribuindo para essa discussão e buscando eliminar o excesso de subjetividade inerente ao termo valor, este é categorizado para melhor compreensão no processo de monetização. Daí surge o valor social, o valor cultural e o valor econômico, entre outros. Essa última categoria reduz a subjetividade do valor aos elementos que podem ser apropriados pelo processo produtivo. Nesse sentido, o valor cultural de uma determinada região pode ser reduzido as possibilidades de exploração da mesma, através do turismo. Continue lendo “Editorial Outubro 2017”

O CUSTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E DOS FENÔMENOS AMBIENTAIS

Maria era uma criança esperta, curiosa e saudavelmente ambiciosa. Filha de pequenos agricultores em região do semiárido, desde muito cedo ela aprendeu o significado do impacto da seca na sacola de compras que voltava do mercado e na diversidade de alimentos na mesa para as refeições. Educação financeira para ela era um instrumento de sobrevivência não apenas uma lição para formação de cidadãos-consumidores conscientes.

Inteligente e comunicativa Maria chamava atenção dos mais velhos em razão das suas frequentes perguntas sobre os mais distintos assuntos e assim, ganhou a simpatia do bondoso padre Filipo, um italiano recém-chegado que estudou em seminários em Roma e viajou por diversos países a trabalho pela Igreja. Percebendo as qualidades de Maria, ele de pronto aceitou quando ela pediu sua ajuda para aprender outros idiomas. Imaginava ele que a garota não teria a vontade e disciplina necessária, mas foi gratamente surpreendido com o empenho da garota que desistia de brincar com os amigos para aprender outras línguas. E assim, Maria aos 18 anos falava inglês, francês e italiano com fluência despertando seu interesse pelo jornalismo como profissão. Continue lendo “O CUSTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E DOS FENÔMENOS AMBIENTAIS”

RHIOS no Congresso ABES-FENASAN 2017

Dra. Telma Teixeira, Felipe Farias e Gleice Aguiar.

Pesquisadores do Grupo RHIOS e alunos do curso de Ciências Econômicas da UEFS apresentaram 3 trabalhos técnicos no Congresso ABES/Fenasan. Gleice Aguiar e Felipe Farias, acompanhados pela professora Telma Teixeira (líder do Grupo) debateram e aprenderam com técnicos de diversas empresas do setor sobre problemas do dia a dia das empresas de saneamento. O evento foi uma satisfatória oportunidade para os alunos confrontarem os conhecimentos adquiridos em sala de aula e as necessidades práticas das empresas, usuários e gestores dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário do Brasil. Os trabalhos tiveram também como co-autora Karine Veiga, aluna do Curso e pesquisadora do Grupo RHIOS.

O Que Os Economistas Pensam Por Sustentabilidade: Entrevistas Selecionadas

ARNT, Ricardo. O que os economistas pensam sobre sustentabilidade. São Paulo: Ed. 34, 2010. Capítulos 1, 5, 8, 14.

O que os economistas pensam sobre sustentabilidade é uma obra organizada pelo internacionalmente consagrado jornalista Ricardo Arnt, que já trabalhou em diversas revistas brasileiras de grande circulação como editor ou redator chefe e escreveu uma dezena de livros. Nesta obra, Arnt reúne 15 entrevistas com influentes economistas brasileiros de ideologias distintas, discutindo sustentabilidade, concordando e refutando diferentes teses existentes a partir de uma análise econômica e socioambiental.

Para o desenvolvimento desta resenha foram aleatoriamente selecionadas quatro entrevistas: Luciano Coutinho, José Eli da Veiga, Luiz Carlos Bresser-Pereira e Antônio Delfim Netto. Os entrevistados responderam a questionamentos sobre a sustentabilidade, envolvendo o crescimento e desenvolvimento, os custos da mudança de paradigma, a relação do mercado e a natureza, e a onda de maquiagem verde que é perpetuada através de campanhas que tem o objetivo de fazer marketing para conquistar clientes ou até mesmo para demonstrar sua responsabilidade com a causa. Continue lendo “O Que Os Economistas Pensam Por Sustentabilidade: Entrevistas Selecionadas”

Editorial : Septembre 2017

Un Autre Printemps

Le Rio Doce traverse deux états du Brésil, Minas Gerais et Espírito Santo. 850 km de fleuve intoxiqués et détruits totalement par les boues rouges de la compagnie minière SAMARCO en 2015. (Photo: Ricardo Moraes/Reuters)

En Septembre 1962 Rachel Carson publia le classique et révolutionnaire Printemps Silencieux dénonçant l’utilisation aveugle de pesticides et ses effets sur la nature et les êtres humains. L’adjectif classique attribué à son livre découle de l’inévitable référence qui lui est faite par les études liées aux impacts de l’action humaine sur la nature. A son tour, le caractère révolutionnaire de l’œuvre provient de son rôle fondamental dans l’interdiction de l’utilisation du dichlorodiphényltrichloroéthane (DDT) et autres pesticides, et l’apparition du mouvement écologiste et institutions de protection environnementale aux USA.

L’œuvre fondamentale de Carson fut applaudie comme une profonde investigation qui révèle minutieusement les effets immédiats et héréditaires des pesticides. Les taux d’absorption et les niveaux d’accumulation, différents entre les espèces animales et végétales, entrainent la propagation des effets dans la chaine alimentaire et la possible transmission génétique. Ces éléments, richement documentés par Carson, seraient les causes de l’extinction et la mort de diverses espèces d’oiseaux occasionnant ainsi le silence printanier. Continue lendo “Editorial : Septembre 2017”

Editorial: September 2017

Another Spring

The Doce river (literally the “sweet river”) is a river in southeast Brazil with a length of 853 kilometres (530 mi). In 2015 the collapse of a dam released highly contaminated water by mining company SAMARCO into the river causing an ecological disaster (WikiPedia) . (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)

In September 1962 Rachel Carson published the classic and revolutionary Silent Spring denouncing the indiscriminate use of pesticides and their effects on environment and humans. The classic adjective attributed to her work comes from the inevitable reference that is made  in studies related to impacts of human action on nature. In turn, the revolutionary character of the work stems from its fundamental role in banning the use of dichloro-diphenyl-trichloroethane (DDT) and other pesticides, and in the beginning of the environmental movement and environmental protection institutions in the United States.

Carson’s seminal work was applauded as a thorough investigative report detailing the immediate and hereditary effects of pesticides. The difference in absorption rates and levels of accumulation between animal and plant species, provide the propagation of effects in the food chain and the possible genetic inheritance. These elements, richly pointed out by Carson, would be the cause of the extinction or death of several birds thus causing the spring silence. Continue lendo “Editorial: September 2017”

Editorial Setembro 2017

Uma Outra Primavera

O Rio Doce atravessa dois estados do Brasil, Minas Gerais e Espírito Santo. 850 km de rios intoxicados e destruidos totalmente pelas lamas da mineradora SAMARCO em 2015. (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)

Em setembro de 1962 Rachel Carson publicou o clássico e revolucionário Primavera Silenciosa denunciando o indiscriminado uso de pesticidas e seus efeitos sobre a natureza e seres humanos. O adjetivo clássico atribuído a sua obra decorre da inevitável referência que é feita a mesma quando dos estudos relacionados a impactos da ação humana sobre a natureza. Por sua vez, o caráter revolucionário da obra advém do seu papel fundamental para a proibição do uso do dicloro-difenil-tricloroetano (DDT) e outros pesticidas, e surgimento do movimento ambientalista e instituições de proteção ambiental nos EUA.

A obra seminal de Carson foi aplaudida como uma profunda reportagem investigativa expondo de forma minuciosa os efeitos imediatos e hereditários dos pesticidas. As taxas de absorção e níveis de acumulação, diferentes entre as espécies animais e vegetais, propiciavam a propagação dos efeitos na cadeia alimentar e a possível herança genética. Esses elementos, ricamente apontados por Carson, seriam os causadores da extinção ou morte de diversas aves ocasionando assim o silêncio primaveril. Continue lendo “Editorial Setembro 2017”

DISCUSSÕES AMBIENTAIS CORRELACIONADAS

(texto em resposta ao Em questão  : “ESCOAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS: COMPORTAMENTOS E RESPONSABILIDADES“)

A fictícia história protagonizada por Seu Zé faz parte do cotidiano de muitas pessoas. Problemas como entupimentos de bueiros, descarte irregular dos resíduos sólidos, contaminação do solo e lençóis freáticos, desperdício dos recursos hídricos, entre outros, são recorrentes e causam grandes prejuízos sociais, econômicos e principalmente ambientais. A dinâmica de pensar e agir em promoção da conservação do meio ambiente dependerá do nível de educação ambiental da sociedade e da sua integração com as práticas continuadas de sustentação do bem-estar social.

Discutir a relação de interação homem x meio ambiente e os impactos ambientais das atividades humanas é perceber o diálogo interativo entre a sociedade e o governo, uma vez que, segundo a Constituição Federal de 1988, caberá a essas partes dividir as responsabilidades pela defesa do meio ambiente. Porém, para o êxito dessa relação multilateral a sociedade precisa estar treinada a reconhecer quais as ações individuais e coletivas contribuem para a existência e a defesa de um ambiente sustentável no qual estejam inseridos. Continue lendo “DISCUSSÕES AMBIENTAIS CORRELACIONADAS”