COBRANÇA PELAS PERDAS NO SETOR DE SANEAMENTO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO: ESTUDO DE IMPACTO SOBRE PRESTADORES SELECIONADOS

Artigo apresentado no 30° Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (30° CBESA), 2019

A cobrança pelo uso da água é um dos instrumentos de gestão estabelecidos pela Lei 9.433/97 que se apresenta como uma ferramenta econômica do gerenciamento dos recursos hídricos, buscando, entre outros propósitos, sistematizar através de uma fórmula elementos que indicam condições gerais da bacia, como qualidade de água e disponibilidade hídrica, bem como os desejos e anseios da comunidade do entorno para suas águas. Ao longo dos anos, de forma a atender o objetivo de incentivar a racionalidade no uso, foram então implementados na metodologia de cobrança coeficientes de ajuste relacionados ao uso eficiente da água  (K_eficiencia). Para o setor de saneamento, a aplicação de tal coeficiente baseia-se nas perdas na distribuição conforme indicador IN049 do Diagnóstico de Água e Esgotos do Sistema Nacional de Informações de Saneamento (DA\&E/SNIS). Na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (BHSF) esse critério faz parte da cobrança iniciada em janeiro de 2019 (BHSF 2019), em substituição a metodologia anterior (BHSF 2010). Para analisar o impacto desse novo coeficiente, o presente trabalho simula, na parcela de captação, ambas as metodologias tomando como base sistemas operados pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (EMBASA), a partir de dados de outorga concedidas em 2018. Alternativamente, apresenta-se também resultados da simulação considerando apenas a nova interação entres os parâmetros, sem a inclusão das perdas. Paradoxalmente os resultados evidenciam que a inserção do coeficiente de eficiência vai de encontro a promoção do uso racional do recurso hídrico, resultando em valores aproximadamente 20% inferiores ao que seria pago pela metodologia anterior.

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Bel. Gleice Aguiar - RHIOS,
Bel. Karine Veiga - RHIOS,
MSc. Denis Luc Louis Julien - RHIOS,
Dra. Telma Teixeira - Lider do RHIOS

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Karine Veiga, Gleice AguiarDenis Luc Louis JulienTelma Teixeira

RHIOS PARTICIPA DO CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL DE 2019

Durante os dias 16 a 19 de junho, o Grupo de Estudos em Recursos Hídricos e Sustentabilidade esteve presente na capital do Rio Grande do Norte para participar do 30° Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental – CBESA, o maior e mais conceituado evento do setor no país. O 30° CBESA teve como tema Tratando Iguais os Desiguais e contou com a participação de empresas públicas e privadas, profissionais, estudantes e representantes públicos promovendo um debate plural e enriquecedor sobre o setor.

Plenária do CBESA (em Natal – RN- Junho 2019)(Foto: Telma Teixeira / RHIOS)

Dividido entre seis palestras simultâneas, a plenária trouxe diversas discussões sobre temas envolvendo os desdobramentos da MP 844/18 e da MP 868/18 seguidos do Projeto de Lei que atualiza o marco regulatório do saneamento básico em análise no Congresso Nacional. Além da abordagem política, durante os três dias fizeram parte da plenária discussões relacionadas ao abastecimento de água, esgotamento sanitário, mudanças climáticas, gestão de recursos hídricos, gestão de perdas e eficiência operacional, despoluição, tecnologias e inovações.

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Editorial: Agosto 2019

Em tons de sépia

Estrada de pedra para Igatú (BA- Agosto 2019)(Foto: Telma Teixeira / RHIOS)

Pouco mais de cinco séculos atrás os portugueses encontraram as terras brasileiras. Aqui então viviam povos indígenas em harmonia com o meio ambiente que lhes provia de forma abundante com recursos naturais. A tecnologia era pouco desenvolvida quando comparada aos povos maias, incas e astecas, mas a riqueza natural era exuberante. Foi essa a riqueza e sua diversidade que atraiu os olhares dos colonizadores que passaram inicialmente a explorar, sem muitos esforços, o valioso pau-brasil.

Com o passar dos anos, outras riquezas naturais foram descobertas. De colônia à república nunca houve um só período onde o meio ambiente negasse ao território brasileiro e seus habitantes os recursos necessários para viver com fartura. E como então iniciado pelos colonizadores, desenvolveu-se no país um povo habituado a extração de forma desmedida, sem preocupação quanto ao desgaste do ecossistema ou com o necessário tempo de recuperação da natureza. Continue lendo “Editorial: Agosto 2019”

II CONFERÊNCIA RHIOS – APRESENTAÇÕES DISPONÍVEIS

Credito:  Karine Vega

Seguem as apresentações dos palestrantes da segunda conferência RHIOS “Fontes de Energia e Mudanças Climáticas” (novembro 2018)

Mercado de Gás Natural – Desafios e Oportunidades 

Alexandre Tranzillo 
Coordenador do Sistema de Gestão GPLAN - Bahiagás

 

Aspectos Econômicos e Financeiros da BAHIAGÁS

Giminiano Santos
Coordenador Financeiro da Bahiagás

 

GÁS NATURAL Desafios e Oportunidades

Victor Raul Paredes Castro Ms. Economia – UFBA
Gerente de Planejamento - Bahiagás

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Desafios da gestão empresarial diante da alteração de condições naturais locais e globais. 

Prof. Dr. Juliano Almeida de Faria
Bacharel em Ciências Contábeis - UEFS 
Mestre em Contabilidade – UFBA 
Doutor em Engenharia Industrial - UFBA

 

Energias Alternativas, Mudanças Climáticas e Gestão Empresarial

Osvaldo Soliano Pereira, Ph.D. IHAC/UFBA

II Conferência RHIOS

Credito:  Karine Vega

O Grupo de Estudos em Recursos Hídricos e Sustentabilidade – RHIOS
realizará na próxima semana sua segunda conferência com o tema:  Fontes de Energia e Mudanças Climáticas. Na ocasião, profissionais e acadêmicos discutirão mudanças climáticas e desafios e oportunidades do mercado de gás natural e de energias alternativas. O evento tem por objetivo difundir temas interdisciplinares, apresentando oportunidades de trabalho e estudo para profissionais e futuros profissionais das ciências sociais aplicadas.

No primeiro dia, terça-feira, profissionais da indústria do gás debaterão os avanços do setor. Considerada uma alternativa mais limpa e econômica, a indústria do gás natural tem aumentado sua competitividade energética,  ocupando cada vez mais espaço na matriz nacional. Para discutir o tema o RHIOS convidou Coordenadores da Bahiagás, egressos da UEFS, hoje profissionais de reconhecido sucesso no setor. Nesse dia recebemos também o professor Victor Paredes (UEFS) que mescla as vivências empresariais debatidas em congressos internacionais, com o conhecimento discutido em sala de aula.

Na quarta-feira, dia 28, serão abordados assuntos relacionados a geração elétrica a partir de fontes alternativas. As fontes eólica e fotovoltaica figuram na atualidade como símbolos de sustentabilidade, permitindo também a descentralização da geração que pode reduzir custos e suprir a demanda de áreas eletricamente excluídas ou insuficientemente atendidas. O professor Osvaldo Soliano (UFBA) vai compartilhar seu conhecimento e experiências adquiridos ao longo dos anos como profissional e acadêmico que já atuou como Consultor do Banco Mundial, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Ministério de Minas e Energia, dentre outros organismos nacionais e internacionais. Nesse mesmo dia, O professor Juliano de Faria vai apresentar desafios da gestão empresarial diante das mudanças climáticas. A alteração de condições naturais locais e globais tem inserido no processo de tomada de decisão elementos ainda não sistematizados por modelos empresariais tradicionais, revelando-se como um desafio transdisciplinar para gestores.

A previsão do tempo segundo o RHIOS indica CLIMA favorável ao conhecimento: venha com todo GÁS, pois vai ter VENTO e vai ter SOL nas noites dos dias 27 e 28.

  • Datas: 27 e 28 de novembro de 2018
  • Credenciamento: 18h
  • Palestras: 19h
  • Local: Universidade Estadual de Feira de Santana / Auditório 2 – Módulo 1
  • Carga horária : 8h com certificado
  • Inscrições gratuitas :  Acesse à pagina de inscrições

 

 

Editorial: July 2018

Environmental Sustainability: Brazil on the wrong-way and in a counterclaim

PHOTO: Lagon in Baixio(BA, July 2018) (photo by: Denis Julien / RHIOS)

In the Houaiss brazilian dictionary the term accident relates to words such as eventual, fortuitous, unexpected, unpredictable. On the other hand, the word disaster implies a happening that causes suffering and huge damage, misfortune. This last one fits without adjustments to the disruption of the fundão bam occurred on November, 5th 2015 when the tailings mud went through more of 650 km of river and streams, killing 19 people and more of 10 tons of fish, displacing hundreds of families, contaminating in 17 days a biome that will only be recovered by nature in more than 100 years. The impacts were and continue to be monitored and their extent cannot be specified. Then, it ratifies a total adequacy in terms of suffering, injury, damage, and misfortune..

However, it contests the unpredictability that could describe such event as a mere accident. Between the years 2005 and 2010 were recorded by the company 5 disruptions, with and without leaks; the dam operated over capacity, with drainage problems, structural failures, and no contingency plan. Such elements mischaracterize therefore the character of unpredictability or eventuality attributed to accidents. In opposition to the cry for help of the environment silenced by the effusion of goals that dominated the attention, an agreement was signed with the responsible companies on June 25, 2018, suspending a civil action filed by the Federal Public Prosecutor (US$ 45 billion) and extinguishing another action filed by the Federal Government and Federative Units of Minas Gerais and Espírito Santo (US$ 5 billion) in an agreement involving parallel studies and possible future renegotiations. Certainly a counterclaim..

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PROJETO INTEGRA FEIRA: RELATÓRIO RHIOS DE PARTICIPAÇÃO

O Projeto Integra Feira tem por objetivo a integração dos diversos segmentos da sociedade buscando criar e promover um modelo de desenvolvimento que revele compromisso ambiental, socioeconômico e urbanístico nas diversas ações que vem sendo implementada pela Prefeitura do município. A proposta norteia-se pela necessidade de planejar a o crescimento urbano com respeito a cidadania e ao meio ambiente de forma a garantir sustentabilidade e integração dessas ações. Nesse contexto, tem sido organizados diversos encontros, abertos ao público, para discussão de propostas e construção dos fundamentos organizacionais, metodológicos e administrativos do modelo de desenvolvimento implementado.

A pesquisadora do RHIOS Adriana Cerqueira esteve presente. Na sequência um breve relato de suas análises.

Projeto Integra Feira (PROINF): breves relatos de Audiências Públicas}

Desde o dia 1° de março de 2018, o Projeto Integra Feira (PROINF) realizou audiências públicas junto a sociedade civil na região metropolitana de Feira de Santana, a fim de planejar com a sociedade civil, o desenvolvimento integrado e sustentável no território feirense.

A primeira oitiva realizada no dia 06 de março foi coordenada por Cláudio Mascarenhas, gestor ambiental. A mesa foi composta por quatro representantes da sociedade: Mestra Luzanira Nogueira-representando a sociedade civil; Empresário João Batista-representando os empresários; o chefe de gabinete da prefeitura Francisco Maia- representando o poder público e; a engenheira civil especializada em engenharia sanitária e doutora em engenharia ambiental Tereza Muricy uma das responsáveis pela construção do código de meio ambiente.

A apresentação começou com considerações de cada membro da mesa sobre a importância da participação da sociedade no processo de transformação. João Batista destacou que esse tema por ser tão complexo demanda um engajamento de todos os setores da sociedade para que se chegue mais perto de uma solução, e Francisco Maia lamentou a ausência da sociedade de Feira de Santana na discussão de tamanha importância, e ainda criticou aqueles que reclamam melhoras mas não participam de momentos como esses.

Tereza começou a apresentação esclarecendo que a lei ambiental já existe desde 1992 em Feira de Santana e apenas sofreu algumas mudanças ao longo dos anos. Ela diz que era uma lei muito longa e de difícil entendimento, portanto eles a compactaram no presente Código do Meio Ambiente que foi elaborado por ela e mas outras três pessoas, e que estava em discussão nas oitivas . O objetivo do Código é trazer uma visão social, ambiental e técnica. Para isso foram realizadas discussões com especialistas e gestores municipais, consultas com diferentes segmentos sociais, publicidade dos documentos, utilização de mecanismos de informação e a promoção de audiências públicas.

A metodologia do trabalho teve seis fases:

  1. Nivelamento conceitual
  2. Oitivas em reuniões técnicas com SEMMAM-Secretaria Municipal de Meio Ambiente, COMDEMA- Conselho Estadual de Meio Ambiente, e setores representativos da sociedade.
  3. Elaboração da versão preliminar de proposta
  4.  Elaboração da versão 2
  5. Elaboração da versão 3 (disponível no site www.integrafeira.com.br)
  6. Audiência pública

A partir dos 774 questionários aplicados junto a sociedade, foram apontados os principais pontos críticos do problema evidenciados em Feira de Santana: Poluição sonora, arborização urbana e paisagismo, saneamento, aterramento dos lagos e sujeiras das lagoas, além da falta de educação ambiental. A proposta de anteprojeto de lei é composto por 349 artigos e 4 anexos distribuídos em 8 títulos.

Depois de apresentar o Código a participação foi aberta para questionamentos da plateia. A primeira participação foi de um Senhor que se identificou como Homero, um dos integrantes do conselho da caatinga, que citou alguns fatos recorrentes em Feira de Santana e chamou a atenção para a necessidade de olhar o território de uma maneira diferente já que existem 3 bacias hidrográficas que são tratadas sem nenhum cuidado pelo poder público. Em sua exposição – citou o esgoto que é jogado no rio Jacuípe sem nenhum tratamento, e também a questão dos caminhões de placa amarela passando pela cidade com carregamentos de madeira sem que ninguém faça algo a respeito. Ele considera esses fatos como um câncer na cidade de Feira de Santana. Cláudio Mascarenhas concordou com os argumentos apresentados e acrescentou que a lei deve se adequar a realidade brasileira. Um fator de concordância entre ambos é a falta de educação e comprometimento da comunidade, a qual contribui bastante para o aumento da poluição e que não colabora em manter a cidade limpa e bem cuidada.

Destacou-se também na discussão a quantidade de membros que formam os conselhos de gestão/proteção ambiental do CONEMA, este foi um alvo de discussão por ter apenas 26 membros. João Batista, que também foi um ex membro do CONEMA levantou a questão de frequente ausência de quorum nas reuniões tendo como resultado a não discussão de decisões importantes para toda a sociedade.

O gestor ambiental Cláudio Mascarenhas sugeriu clareza acerca da destinação dos recursos arrecadados, maior atenção a comercialização de animais silvestres e áreas protegidas, bem como, conforme apontado pela plateia, o acúmulo de cargo de um Secretário do Município como Presidente do CONEMA.

Assim terminou a primeira de 14 oitivas realizadas ao longo do mês de Março.
No segundo dia de oitiva em Feira de Santana, novamente a pauta da discussão foi o código do meio ambiente por Tereza Muricy. Esta foi realizada no polo da UFRB, Universidade Federal do Recôncavo Bahiano uma oitiva que resultou em uma maior discussão e também participação, certamente pelo fato de ser um ambiente acadêmico.

Edson Nogueira atual vice-presidente da FIEB, Federação das indústrias do Estado da Bahia, estava presente e destacou alguns pontos, considerados por ele, críticos na cidade de Feira de Santana. Um deles foi o lixão a céu aberto, o excessivo volume de lixo produzido e a precária e inadequada moradia de pessoas nesses lixões.O Sr. Nogueira falou também sobre as construções incorretas ressaltando a necessidade de um plano diretor para fazer a ordenação do solo e, de forma provocativa, questionou a mesa acerca da relação entre desenvolvimento e meio ambiente, ponderando sobre se a preservação deste requer a interrupção do primeiro. Em resposta, os membros da mesa negaram parcialmente a relação, evidenciando contudo a necessidade de redução no ritmo de desenvolvimento para assegurar a presentação ambiental.

Um participante presente, representante do comércio, apontou como falha no processo de discussões a ausência de representação do seu grupo, evidenciando a necessidade da sociedade civil estar presente naquele, sugerindo assim que a mudança pode acontecer com a participação de todos.

Nesse segundo momento de encontro, discutiu-se também o Plano Municipal de Combate e Mitigação dos Efeitos das Mudanças Climáticas que está em andamento, sendo ressaltada que as elevadas temperaturas vivenciadas no verão revelavam a necessidade desse plano e sugerindo a arborização como uma das soluções.

Outro ponto discutido nesse dia também foi a necessidade de se introduzir a educação ambiental nas escola desde os primeiros anos de estudo, essa questão da educação foi bastante debatida e sempre voltava nas discussões como sendo um dos maiores motivos para o comportamento incorreto das pessoas em relação ao meio ambiente. Pela lei federal n° 9.795/1999, Art. 2°, A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. No entanto a realidade ainda está distante do que é estabelecido pela lei.

Diante da discussão o Jornalista Ciró, jornalista independente da cidade de Feira de Santana, o qual estava compondo a plateia indagou: E eu pergunto… e daí? Quais as soluções para todos os problemas? O representante do comércio também se pronunciou, Só não pode aumentar as taxas. O representante das indústrias Nós temos um conselho próprio , deste modo afirmando que eles cumpriam com sua obrigação na sociedade.

No dia 16 de março, foi realizada a 6° audiência do PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano) o qual discutiu-se infraestrutura, equipamentos, saneamento, serviços públicos, e conforto urbano. O responsável pela apresentação ao público foi José Augusto Saraiva Peixoto, Arquiteto, especialista em gestão dos recursos hídricos, mestre em engenharia ambiental urbana, também um dos responsáveis pela produção foi plano. Teve sua mesa composta pelo empresário Marcelo Alexandrino, dono da Ville gourmet, e novamente a Mestra Luzanira Nogueira.

Saraiva começou sua apresentação fazendo uma pequena introdução do território feirense, mostrando mapas para mostrar as localidades das bacias, o lago da pedra do cavalo, e as microbacias que são formados por lagoas. Ele destacou a destruição de muitos lagos na cidade e lamentou que muitos delas já tenham sido aterradas devido às construções indevidas.

Nessa reunião também foi apontado o problema do esgotamento sanitário que através da distribuição de água é exportado de uma cidade para outra. Foram discutidos a seção III do PDDU, o conforto ambiental onde foi discutido sobre zoneamento, planejamento, e gerenciamento dos recursos hídricos. E então no título VII da infraestrutura, discutiu-se o saneamento ambiental englobando o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, a drenagem e o manejo de águas pluviais urbanas e rurais, a limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos. Além desses temas foram também discutidos outros itens como iluminação pública, utilização de energia, e as telecomunicações.

Alguns pontos levantados na reunião foi a questão do mal abastecimento de água em Feira de Santana, a necessidade de estação de tratamento, e a necessidade de um aterro para a construção civil.

A plateia participou ativamente da discussão, e várias vezes interferiram na apresentação. Sérgio um dos presentes na plateia fez algumas considerações como, a ausência da EMBASA e da agência reguladora na audiência, declarou como um absurdo a concessão dada a EMBASA por mais 20 anos, a quantidade de coliformes fecais no Rio Jacuípe que chega a ser 30 à 40 vezes mais que o permitido pela OMS, ele como a maioria defendeu o aspecto da educação e nesse sentido também criticou o meio acadêmico que segundo ele se concentra em problemas de tantos lugares e não conhece a cidade de Feira de Santana.

Cláudio Mascarenhas, coordenador do projeto, após as considerações de Sérgio destacou mais uma vez da necessidade da participação para melhorar as contribuições e explicou que para ele fazerem o plano foi necessário muitas discussões nos distritos, em comunidades, com técnicos, a prefeitura, a embasa, que o plano é passível de falhas e que a finalidade das audiências é essa, discutir e ver o melhor para toda cidade.

Marcelo também sugeriu que o correto seria correr atrás da agência reguladora, na questão do abastecimento de água. Ele destaca o problema político na cidade e a falta de integração, que pode ser observado quando a prefeitura faz pavimentação e a Embasa quebra para fazer o saneamento depois. Outro ponto foi os inchaços da cidade devido a falta de planejamento que geraram muitas construções incorretas na cidade.

Algumas soluções apontadas foram energias alternativas, a solar para ser específica, devido a localização geográfica, pois Feira está localizada no semiárido e tem um potencial para gerar esse tipo de energia. A arborização e verticalização da cidade, prédios com jardins verticais, construção de cobertura verde que além de bem estar devido a melhoria do clima, causaria um conforto visual causado pela beleza que a natureza proporciona, o que os economistas chamam de externalidade positiva.

Assim terminou mais uma audiência pública.

Adriana Procópio Cerqueira,
Graduando em Economia na UEFS e Pesquisadores do RHIOS.

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A ESTRUTURA DO SANEAMENTO BÁSICO DE FEIRA DE SANTANA-BA DE 2012 À 2016

artigo publicado nos anais do  Congresso COBESA- 2018

A Organização Mundial de Saúde considera o saneamento como medida prioritária para garantia da saúde pública. Feira de Santana é a mais populosa cidade do interior do Norte, Nordeste e Centro-Oeste brasileiro e ocupa a 55° posição no ranking nacional do saneamento elaborado pelo instituto Trata Brasil. O presente trabalho tem como objetivo avaliar as transformações na infraestrutura de saneamento básico no município feirense nos últimos cinco anos e demonstrar, através da análise dos dados, se existe, ou não, a necessidade de investimentos e melhorias no sistema de saneamento básico do município e da elaboração do PMSB. Os resultados indicam uma melhoria na estrutura do saneamento básico quanto ao atendimento no abastecimento de água de Feira de Santana, mas o atendimento de esgotamento sanitário apresenta ainda estrutura precariedade comparando a Salvador e Vitória da Conquista, 1° e 3° municípios mais populosos do estados, respectivamente.

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Tuira de Oliveira Ribeiro e Felipe Matos Farias ,
Graduandos em Economia na UEFS e Pesquisadores do RHIOS.

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O RHIOS presente nas discussões de Saneamento no Semiárido promovidas pelo V COBESA

Denis Julien, Dra. Telma Teixeira, Karine Veiga, Adriana Cerqueira, Gleice Aguiar e Felipe Farias. (de esquerda pela direita)

De 10 a 13 de julho de 2018 aconteceu a quinta edição do Congresso Baiano de Engenharia Sanitária e Ambiental (COBESA). Ocorrido a cada dois anos, o evento promove discussões relacionadas as questões ambientais com foco em temas associados ao saneamento.

O V COBESA aconteceu no Campus Juazeiro da Universidade Federal do Vale do São Francisco, com apoio e participação de Instituições de Ensino superior públicas e privadas, órgãos públicos e empresas estaduais, autarquias municipais e associações e entidades de classes do Estado da Bahia.

E o RHIOS esteve presente. Analisando o tema do evento sob um enfoque das questões econômicas, os pesquisadores do Grupo lograram aprovação dos cinco trabalhos enviados, sendo quatro deles apresentados em formato oral e pôster. Além dos professores Telma Teixeira e Denis Julien, estiveram também presentes no evento os pesquisadores e estudantes do Curso de Ciências Econômicas da UEFS Adriana Cerqueira, Felipe Farias, Gleice Aguiar, Karine Veiga e Tuira Oliveira. Os trabalhos contaram com a co-autoria dos pesquisadores Ana Beatriz Giraldo (Universidade Autónoma de Occidente – Colômbia), Bruno Moreira e Ednaldo Silva (UEFS).

ANÁLISE SOBRE O SANEAMENTO BÁSICO NO ESTADO DA BAHIA

artigo publicado nos anais do  Congresso COBESA- 2018

O presente trabalho demonstra como a ausência de saneamento básico interfere em piores condições na qualidade de vida da população. Nesse sentido, apresenta como o crescimento acelerado das cidades e as formações de áreas irregulares, são um obstáculo a ser enfrentado para efetividade do serviço no Estado da Bahia. Destacando assim, a necessidade de tratar o saneamento como uma política constitucional efetiva, a fim de despertar as pessoas e o poder público para seriedade no tratamento do tema a qual é assegurada por lei. Evidenciando as desigualdade existente no abastecimento de água tratada e na coleta de esgotos em áreas periféricas.

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Adriana Procópio Cerqueira, Gleice Aguiar,
Graduandos em Economia na UEFS e Pesquisadores do RHIOS.

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